Alegria compartilhada é alegria redobrada

Em 2016, eu fui diagnosticada com câncer. Senti algumas dores, fui ao médico e ela me passou alguns exames para fazer né, que eu vinha sentindo umas dores. E então, ela mandou eu fazer os exames. E, nos exames, ela disse que não tinha dado porque quando eu fui levar o resultado, ela falou que não tinha, mas que o caroço estava aqui.

Creio eu que ela não quis dizer porque, quando eu fui levar a mamografia e a ultra, eu fui sozinha. Então, ela deve ter visto isso e falou pra mim que não tinha, mas na verdade o caroço estava em mim. Aí ela me deu os papéis, me encaminhou para um mastologista, mandou eu ir naquele dia mesmo. Aí eu fui, marquei uma consulta, e marquei na mesma semana. Eu estive lá em uma terça, e a consulta foi marcada para a quinta. Até nisso eu tive sorte, graças a Deus.

O que aconteceu, ela me passou os exames todos e mandou que eu fosse procurar o mastologista. Aí eu fui. Aí ele foi, apalpou meu peito e falou que tinha um caroço ali. Aí eu perguntei se era maligno ou benigno, e ele disse que não poderia me responder porque tinha que fazer uma biópsia. E ele me falou que era rápido, porque ele me falou que estava bem grande e assim que eu estivesse com o resultado da biópsia, era pra eu levar. Então eu fui, já saí do consultório dele com um papel direto pra fazer lá no Leblon, foi aonde ele me indicou e eu fui com uma prima minha e fiz a biópsia. A biópsia levou de 15 a 18 dias , não me lembro mais o tempo…

Quando eu fui pegar a biópsia, peguei e levei pra ele, né. Marquei outro dia pra levar. Aí quando eu fui levar, eu já fui com meu marido. E ele me perguntou se eu tinha aberto, eu falei que não. Ele me perguntou porque e eu disse que não tive coragem, porque eu tenho uma prima que é enfermeira. Se eu abrisse e visse qualquer coisa ali diferente que eu não soubesse, eu ia pedir pra ver e ela poderia falar… ou não. De repente, ela ia falar pra eu levar pro meu médico. Aí ele foi, abriu e falou que eu estava com câncer, e o câncer era um tumor maligno que não tinha como fazer o quadrante. Quando ele falou que não tinha como fazer o quadrante, eu logo notei que teria que retirar minha mama. Ele não usou essa expressão “retirar minha mama”, só falou que não dava para fazer o quadrante. E, se eu fosse fazer o quadrante, eu tinha que assinar um termo, porque era uma coisa de muita responsabilidade, se eu quisesse teimar em fazer o quadrante.

Aí foi aquela coisa né, eu chorei muito, o meu marido estava junto comigo, conversou comigo… ele não derramou uma lágrima. Ele ficou com os olhos meio vermelhos, mas não derramou uma lágrima, provavelmente por conta de mim mesma. Aí fui embora pra casa, 03:46